Kalandraka

A única editora galega con estand propio é Kalandraka. As tres persoas, que están na feira, da editora de álbums infantís non paran. Kalandraka Editora S.L., a matriz pontevedresa, diversificouse en apenas cinco anos, conformando unha rede de edición en varias linguas e de exportación a diversos mercados; desa necesidade naceron: “Kalandraka Ediciones Andalucía“, “Kalandraka Editora Portugal” e a propia empresa de comercialización e distribución da rede. A calidade e orixinalidade do seus álbums revolucionou o mercado, sendo reconhecida de xeito unánime polo sector. Parabéns para Ballesteros e cía.

Día do libro infantil


Jagdish Joshi

Hoxe celebramos o día internacional do libro infantil, coincidente co bicentenario do nacemento de Andersen. A tradicional mensaxe do IBBY correspondeu á escritora india Manorama Jafa e o cartel ao ilustrador Jagdish Joshi.
Reproduzo a tradución realizada polo amigo Jose Antonio Gomes para a APPLIJ, Associaçao Portuguesa para a Promoçao do Livro Infantil e Juvenil.
O texto paga a pena lelo de vagariño.

Os livros são os meus olhos mágicos

Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o Sol era redondo e por que mudava a Lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que razão as estrelas não caíam do céu?Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios. E lia todos os livros que encontrava.Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse: «Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome.»Kapil levantou-se com o livro na mão e fez-se ao caminho. Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. Não tardou a bater noutra pedra e, uma vez mais, estatelou-se. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira fê-lo esquecer as feridas.De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola de luz rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado veena. Estendeu a quarta mão para o rapaz e disse: «Meu filho, estou impressionada com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te uma recompensa. Qual é o teu maior desejo?»Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a Deusa do estudo. No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: «Por favor, Deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho.»«Assim seja» – e a Deusa abençoou-o. Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens.Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés.Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria. Também lhe puseram outro nome, Chakshupad, que em sânscrito significa «aquele cujos pés têm olhos».Saraswati é a deusa do estudo e do saber, da música e da fala.Esta é uma antiga lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras, essas palavras que os homens sábios escreviam em manuscritos de folhas de palmeira.Os livros são os nossos olhos mágicos. Dão-nos informação e conhecimentos e servem-nos de guias nos difíceis e acidentados caminhos da vida.

Relendo a Dahl



Quentin Blake Posted by Hello

Facer os textos de contracuberta dos novos Dahl obrigoume a reler Charlie e a fábrica de chocolate e Charlie e o grande ascensor de cristal. Fixérao hai vinte anos naquelas edicións de Alfaguara onde os profesores novos aprendemos a coñecer que existía unha literatura para nenos diferente a que nos léramos nos clásicos de Bruguera. Aquel descubrimento impactárame, sobre todo pola absoluta falta de paternalismo de Dahl no tratamento do mundo da infancia (algúns dos seus nenos son uns individuos de moito coidado) e polo seu desinterese en que o texto tivese pretensións didácticas ou moralizantes. Reléndoo, agora, nas edicións galegas, ilustradas tamén polo xenial Quentin Blake (un dos xenios do século XX), comprobo que estas novelas me seguen entusiasmando. A tenrura e a inocencia de Charlie Bucket conmovéronme coma o fixera o Oliver de Dickens. Dahl consegue coas armas do humor e o enxeño, afiadas para o avance eficaz da narración, destilar a realidade do capitalismo, que hai corenta anos se transformaba no consumismo. A creación de personaxes memorables como ese Willy Wonka, fabricante de marabillosas lambetadas (daralle nova cara no cine Johnny Depp, pódese ver o trailer), ou do grande xigante bonachón demostra que ten razón Gaarder (outro dos meus preferidos, un dos modelos para a literatura nosa) cando di que “a literatura infantil é a que tamén poden ler os nenos”. Recomendo vivamente ler ou reler a Dahl e a Gaarder. Moitas persoas adultas levarán con eles unha grande sorpresa. Os praceres máis intensos atópanse, xeralmente, onde menos un pensa descubrilos.